sexta-feira, 22 de junho de 2007

Poema 71 - Morte, Alegria da Vida


A morte janta no paraíso
Saboreia vinhos doces, temperos fortes
De sua cadeira, contempla narciso
Corruptor fiel das almas pobres

Vêm chegando à mesa os trovadores
Cupidiniano, sem Cupido, na harpa toca
"Paixão que com fúria transtorna"
A Morte ri alegre com seus amores

A dança começa, chegam as parcas
A Morte deixa em alguns, fios, as marcas
Na Terra findam-se vidas

Bradam seus devotos fervorosos
Do Khali-Yuga, sempre desejosos
"Ó Morte, sejas bem-vinda!"

Poema 70 - Meu Tempo

 
Respeitem meu tempo, por favor
Pois ninguém tem o mesmo rítmo
Cada um segue o seu íntimo
Mas há aqueles que causam pavor
 
Não respeitam a velocidade
De quem com eles interagem
Tiranos do relógio, egomaníacos
Têm a roda cármica como umbigo
 
Qual o problema se sou mais lento?
Por que transformas isso em tormento?
É por isso que me pintas como Diabo?
 
Mesmo que me irrite este teu fel
No meu rítmo, estou no céu
E não serei por ti malogrado