segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Poema 171 - Cinco Segundos

As horas passam, o mundo voa
Mas tua beleza é sempre tua
Teu pulsar me deixa atoa
Tu é estrela, beleza nua

Mais do que tua pele elétrica
Junto a minha, nos meus dedos
Teu arco voltaico, é sem medo
Vindo do íntimo sem métrica

Porque tu és nova em segundos
Formatada a cada dia
Sem pressa e de vários mundos

Tu és linda, e nem sabias
Porque tem coisas que são assim
Enlouqueces-me sem fim

Poema 170 - Eterna Dança

Copia e cola, nossa valsa
Queria mesmo recortar
Tirar pedaços com uma alça
No photoshop enfeitar

Porque viver é uma eterna dança
Ciranda, swingues, rocks e baladas
Cada momento, erro, derrapada
Passo em falso, como de criança

No coração já vem o rítmo
A sociedade dá o compasso
Quem despreza o íntimo

No mundo, adeus, só abraço
Porque dançar é feito de pernas
E quem para, só para, espera

Poema 169 - Tu e Eu

Se era para ser assim
Só promessas, tanto faz
Juras ditas ao ar
Só pulmão, fluxo e fim

Quando parecia paz rara
Fostes guerra e máscara
Não te culpo, meu errar
Fostes sincera em teu amar 

Quem diria teu sorriso sincero
Loucura de granizo singelo
Por quê? Por que acreditar?

É assim nossa história de vida
Contradição de fluxo e de amar
Melhor ser apenas uma rota, de ida

Poema 168 - Calçada

As vezes a calçada é de pedra
Machuca, faz calos, sangra
As vezes, quase sempre, a gente erra
Calçada muda pra varanda

Olha quem passa e expõem
Não se importa, só consigo
Ignora o outro e não repõem
O coração doutro, à perigo

Mas essa calçada, virou grama
Sob o sangue forjou-se drama
Sem muita lágrima ou tragédia

Porque dor, vira comédia
Quando se corrige a mágoa
Plantando-se com boas águas

Poema 167 - Sozinho

Sozinho, no calor da noite
Lembro da minha maldade
Do meu jeito sem piedade
Contigo, ser assim, distante

Por que quando fico sozinho
Só quero teu calor, teu abraço?
Me perco no teu corpo, meu laço
Em teus devaneios e sorriso

Mas ao teu lado, sou solitário
Porque, meu amor, assim que sou
Ou aprendi a ser, a vida calou

Mas minha emoção, já sem horário
Quer cumplicidade, não solidão
A luta da mocidade, razão e emoção