Ah! Minha alma bandida
Expressa tua indefinição constante
Em sentimentos vários e conflitantes
É difícil saber das emoções sentidas
Elas, nunca podem ser una
São várias e díspares em seu tempo
Comigo apenas por um momento
Como ar rarefeito ou bruma
Minhas emoções, meu tormento
Sei de todas elas a feiura
Mesmo as belas são torpes
Entre três ou quatro opções
Escolho talvez a mais nobre
Ou a menos vil, de menores pressões
Expresso para fora, assim, só uma
Dentre todos aqueles sentimentos
Infelizmente, a quem sinta às escondidas
E dê-lhes mais valor, mais vida
E as sinta como uma ferida
Rasgada no peito, uma avenida
Mas não é válido de alguma forma
O homem que escolhe o que por pra fora?
Se conheço o meu interior
Nebuloso, nefasto e sonhador
Não posso escolher o que expressar naquela hora?
Mas de nada adianta a quem tem pele e chora
E se emociona, sente... intui
Para quem é feito de alma
E essa alma no mundo flui
O que se vê, não basta apenas
E o que é expresso então, condena
Anseia do outro, muito mais do que isso
Não só físico, mas o por trás disso
Em um mundo interno de confusão
Já é difícil escolher qual emoção
Será levada a cabo quando sentida
Só torna mais difícil ver-te ferida
Quisera eu, poeta e racional
Entender minha parte emocional
Mas emoção não se entende
Se sente e se apreende
E quando está tudo em místura
De nada vale a escolha consciente?
Infeliz do homem que sente e se tritura
E sente de forma confusa e conflitante
Infeliz do homem que mente
Para quem vê além da carne ululante
Infeliz, ó homem, infeliz
Infeliz por não teres controle de ti mesmo
Por vagares no mundo a esmo
Infeliz por sentires em plural
Infeliz por seres tão mortal
Por que o pó é tua raiz
De nada valhe tua sensação
Pois quando é múltipla
Os outros sentem apenas a mais forte
E ela é de vício, leviandade e é torpe
É a força maior do homem perdido
Infeliz desse homem bandido
Infeliz desse homem
Infeliz