quinta-feira, 3 de maio de 2007

Poema 69 - Gratidão

 
Ah, droga! Sou imperfeito!!!
Amaldiçoados sejais vós que me obrigam
A enlouquecer-me e ser perfeito
Vós ouvireis agora, meu uivo, meu trovão
 
Chega! Chega de ter a palavra certa
Adeus aos outros diplomaciar
Rasgo este papel de ter sempre o que falar
Eu vos darei minha mudez direta
 
Ah! Como é bom não ter as respostas
Ser perdido, sem caminho, sem sentido
Não ter essa função de fortaleza
 
Danados sejais todos vós
Que obrigaram-me a tal papel sem voz
Sou imperfeito e livre, tenhais certeza
 

Poema 68 - Crime, Castigo e Perdão

 
Tudo que existe me corrói
Teu desdenho, tal tormento, não mais dói
Meu alento, agora é a prensa que me mói
Mudo, te desprezo, não me destróis
 
O sol clemente me abate com a seca
O suor ao meu rosto deixa
Está de volta o jogo, a rixa
Cada um tem a sua, não esqueça
 
Mea culpa, eu sei, sou sonhador
Não cresci, vivo orgasmos e dor
Peregrino entre-mundos, sofredor
 
Transito entre o real e a ilusão
Transportando culpa e solidão
Devo deixar ir e obter perdão