sábado, 15 de julho de 2006

Poema 06 - Beleza Sorridente


De onde vem esse calor
Que me desperta a mente
E que assim tão de repente
Me traz um novo furor?

De um raio de sol brilhante
Terno e gentil que vem a mim
Que cruza o céu cintilante
E me lembra da pele carmim

De onde vem tão doce perfume
Que elimina qualquer azedume
Deixando a vida sorridente?

De uma mulher de beleza ardente
Carisma eloquente
E imaginação latente

sábado, 8 de julho de 2006

Poema 05 - Gaia Grita


Preso no ventre impassível
Ela grita, agoniza, delira
Pede em prantos o impossível
Que o homem não a mate em sua ira

Já foi verde, forte e viçosa
Hoje, é deserto, lama e esgoto
Já teve um céu de cor majestosa
Agora é cinza, em pranto roto

Ainda haverá esperança?
Existe saída dessa dança?
Quando todos olham para os lados?
Quem escuta da Terra os brados?
Quando dizemos - Deixe que tussa
Lembre-se, Gaia... ainda pulsa

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Poema 04 - Bloqueio


Que dor terrível se abate
Quando o poeta olha para o papel
E o papel para ele late
Escondendo-se através de um véu

Quando a mente fica bloqueada
E só a branca folha sobra
Nem uma gota de tinta pingada
Tinge o papel agora

E a pressão aumenta
Vem à tempestade, a tormenta
Roubar-me o sono

Não sei como
Mas é preciso o papel tingir
Para fazer o poeta sorrir

terça-feira, 4 de julho de 2006

Poema 03 - A Chaleira

 
A chaleira que chia, sorria e ria
Apita, gasguita, corneteira
Faceira, faz fumaça certeira
Aquece, não assa, só acha
Graça, pois ia do bule à taça
E nessa pirraça que brinca
Evapora-se e trinca!

Poema 02 - Mutatis Mutantur

 
Doravante, caçarei estrelas
Pois, sempre posso vê-las
Mas jamais poderei tê-las
 
Serei então, construtor de mundos
Eliminando os resquícios imundos
Preenchendo-o de felicidade sem fundo
 
Se não for possível, que eu tenha o mar
Eterno e infinito de se olhar
Mas com cuidado para não me afogar
 
E por fim que me reste a lua
Iluminando a rua
Com o brilho da face tua

sábado, 1 de julho de 2006

Poema 01 - Casa da Frente Casa de Trás


E volta e vai e faz e desfaz
Casa da frente casa de trás
Anda pra cá anda pra lá
Chama pra almoçar
Ora aqui ora acolá

É o corre-corre um sobe e desce
Que o corpo padece, a alma arrefece
Pega comida, pega a partida
Joga a corrida, volta à vida

Anda e anda, vai e vai
Nunca volta, sem mais ais
Casa da frente casa de trás
Olhar e alegria, contumácia
Onde estarão os sais?