quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Poema 152 - O Fim

Acabou, terminou, é o fim, adeus
O amor que senti por ti, verdadeiro
A dor que te fiz sentir, sofrimento
Mas é verdade, nada me afeta
Meu coração é como pedra
Não diamante, que nada risca
Brilhante, vistos, que se cobiça
É como talco, que tudo risca
E com o sopro dos sentimentos
Se espalha, é um tormento
Meu coração é fragmento
Multiplicado infinitas vezes
Com o uivos dos ventos
De uma floresta sombria

sábado, 22 de dezembro de 2007

Poema 151 - Doenças III

A doença só se espalha
Vejo o campo de batalha
O mal vem galopando
Nós aqui, delirando

Nem percebemos o ocorrido
A doença entranhada funda
A alma na lama só se afunda
Viva! A degradação do acolhido

Doenças por todos os lados
Criamos com nossas mentes
Doenças para nós, culpados

Criamos para ficarmos contentes
Júbilo de contentação, hipócrita
Humanos, vossa doença está escrita

Poema 150 - Círculo

O fim. O fim está próximo,
Disse o louco do cartaz.
O fim. O fim já chegou
Disse o homem sem paz

O começo. O começo quem o sabe?
Disseram todos os cientistas
O começo. O começo faz alarde
Disseram antigas teorias.

Mas e o meio, aonde está?
Quem se lembra deste pobre
O dia-a-dia, deixem que vá

É tão melhor devanear
Com ouro, prata e cobre
Do que aqui viver e ficar

Poema 149 - Máquinas

Eu preciso daquela virada rápida
Eu preciso do sangue nas mãos
A fraqueza do óleo da máquina
Em meus membros, meus irmãos

Eu preciso de um ar novo
Eu preciso morrer moço
Eu preciso renascer sabendo
Que as vezes acabo perdendo

Mas aonde está a saída?
Não sei nem da partida
Quem dirá da rota final

Entre tantas rotas aleatórias
Fico zonzo, sem escapatória
Buscando a culpa de meu rival

Poema 148 - Zumbis

Malditos zumbis, outra vez
Atacam-me quando durmo
Com cores mortas em sua tez
Me reviro e rolo sem prumo

Sempre tenho o mesmo tema
Será algum distúrbio ou problema?
Talvez algo em mim esteja gritando
"Se não morrer, a Morte vem bufando!"

Zumbis, mortos-vivos, vampiros
Por quê? O que há em meu suspiro?
Ó Morte não morta, que me segue

Aonde termina essa aflição?
As noites em conspurcação?
O que minha alma tanto pede?

Poema 147 - Alucinação II

Estou doente, cabeça pesa
São correntes, corpo sem pressa
São descrentes, não ouvem a reza
Estou doente, o corpo é presa

Não entendo, alucinações
Não percebo, determinações
Não renego, deturpações
Não quero, degringolações

Doente, doente, doente
Os duendes e as borboletas
Da loucura dessas marretas
Em minha mente displicente

Cura? Aonde o remédio
Cura! Rápido, o sortilégio
Cara ou coroa? Já perdi
Nem doente, me remi

Poema 146 - Alucinação

Tudo, tudo perdendo o sentido
como borboletas de luz e opacas
tudo, tudo, abstrato aonde miro
como a vida de retas parcas

não há mundo real, só ilusão
não há entendimento, só perdão
perdido, perdido duplamente
pelo rosto,que não compreende

trasgredi, isso é luxúria sim
escolhi, a doença para mim
persegui, a forma de ver o fim

agora, nada mais tem sentido
nesse verão, meu bandido
nem a reta ou o jogo, amigos

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Poema 145 - Doenças II

Certas doenças não se curam
Amontoam-se seus efeitos
São sinais certos de defeitos
Da mente e da alma, duras

Certas doenças, entranharam-se
Cobriram minha saúde de rugas
Tornaram-se meu pão e minha fuga
Ruelas torpes que enovelaram-me

Meus olhos enxergam apenas chagas
São como chamas, em rastro e marcas
Minha pele, é dura, carbonizada

Mas minha alma, é mais lesada
Reflitindo tudo isso pela mente
Nos meus sentimentos dementes

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Poema 144 - Doenças

Essa doença, me invade
Percorre meu corpo todo
Entranhou-se, sem alarde
Hoje me corroí, se me movo

Era apenas material
Mas fez reflexo
Um trabalho magistral
A alma, agora anexo

Ou seria apenas o contrário
Primeiro a alma, depois o corpo
Sucumbindo a este Dário?

Alma ou corpo, tanto faz
Ambos sofrem sem paz
Nesta vida, sem esboço

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Poema 143 - Rosas Tristes

Vem tristeza solitária
Minha verdadeira amiga
Companheira nada querida
Em minha alma tens tua área

Tristeza, fruta da solidão
Tristeza de ampulheta
Quem te revela a silhueta?
Haverá para mim, compaixão?

No vazio dessa tristeza,
Tola e seca nobreza
Destas almas definhadas

Com o vazio da solidão
Vendo as pétalas no chão
Somente uma enfileirada

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Poema 142 - Olhar e Alma


Olhar e Alma

Você é tudo que eu sempre quiz
Conteúdo fenomenal
embalagem sem igual
penetrasse cada poro, como pó de giz

teu olhar me revela
minha alma dura
de difícil entrega
procura a alma tua

e de tão bem que se sente
se sente estranha e ardente
e auto-destrutiva se pune por ser bom

alma tua, alma minha, mesmo tom
ah! Que te sinto falta
desse teu jeito, tão peralta

Poema 141 - Dores e Dores

Dores e dores

Me movo, te procuro
em meus atos, as vezes sou burro
em outros tantos, sou remédio, te curo

se teu peito é aperto,
te falta ar, me atormento
e tua dor eu muito sinto
mais fundo do que a minha, não minto

me assusto, pois desconhecia
a dor doída do outro não me afligia
dor por quem se gosta
por não querer, a envia

essa tua dor diária, assim vivida
em meu coração faz ferida
imagino no teu, tão solitário
que recebe o golpe diário

deixa-me ser escudo
enquanto te recuperas
deixa-me ser parte do teu mundo
enquanto singras tuas eras

este barco pode ser nosso
singrando as dores 
para chegar as alegrias
para chegar aos teus sabores

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Poema 140 - Meu amor

Meu amor, amor de tolo
De homem que não sai de si
Terei perdido o momento?
Viverei agora em lamento?

Meu amor, amor de ouro
De homem que uma vez disse, perdi
Terei te ferido tanto
Que de ti, só terei pranto?

Meu amor, amor egoísta
De homem que não cede ou pisca
Terei deixado de lado
Teu sorriso tão amado?

Meu amor, amor renascido
De quem quer o casal nascido
Não ser mais o singular
Viver contigo em plural e par

Poema 139 - Mulher

Mulher, te amo mais do que posso
Não sei explicar o que sinto
É algo que tem raízes, não minto
Por isso deixei o meu ócio

Agora são tantas mudanças
Que esse amor me deixa confuso
Sei o que sinto e o que quero
Mas a emoção me deixa em parafuso

Depois de todas as andanças
Eis que te vi, minha Eros
Não perderei teu sopro

Não deixarei-me ser outro tolo
Tu és de especial formosura
Minha vida agora, uma gostosura 

Poema 138 - Roubar no Jogo

Não dá mais para roubar no jogo
As regras mudaram totalmente
Agora, é hora de encarar de frente
As facilidades vinham de se fazer de bobo

Agora o jogo é outro
Novos regras, sem regra de ouro
Aceita o fardo, Poeta
De que tu vivestes sem meta

Sem meta, era fácil roubar
Tudo ficava bom, mas sem paladar
Aceitas um pouco aqui e ali

Fingias que a noite podias dormir
Não,não era fingimento
Era o Poeta que fugia do tormento

Poema 137 - Circunvoluções

Eu caminhei por mil caminhos
Em todos voltei ao início
Um viajante sem patrícios
De estradas sem destinos

Vagei em círculos a esmo
Buscando preencher o cálice
Da minha alma, meu desprezo
E lá, perdido entre álibis

Me vi sozinho, solitário, sem sentido
Arranquei meu passado pervertido
Fiquei vazio, mas leve e preenchido

Os círculos tornaram-se pedregosos
Retas tortas dos obstáculos leprosos
De escolhas e certezas enraizantes
Ainda que tímido, caíram os figurantes

É preciso agir, agir com cautela
Com visão e meta, se cancela
A dor? Ah, a dor! Essa faz parte
É vital, sentida, quase uma arte

Fugi de ti, como de tantas coisas
Fugi da vida e das decisões dela
Corri gritando minhas mazelas
Emudeci, escondido entre moitas

Fui encontrado pelas sombras
Minhas próprias, de vozes e coloridos
Farrapos de caminhos corroídos
Mordido por si mesmo, o Poeta tomba

Perdi assim a primeira prova
Agora a vida me cobra em exame
Bem-feito! Pedi meu próprio vexame
Agora, desiste Poeta e reprova!

Não! Não mais! É disto que é feita
A vida. De viver o que não se quer
De aceitar a areia na sola do pé
De curtir as bolhas sem receitas