Corre, corre poeta
Corre para tua meta
A passagem é discreta
Mas a chegada é certa
Chora, chora poeta
Chora o leite derramado
Os ovos no chão quebrados
A dor do ser amado
Tolo, tolo poeta
De quereres da vida
De saberes a lida
De veres a ferida
Burro, burro poeta
Que se pede não alcança
E quase toca a esperança
Mas ainda tenta o perdão
Poeta, teu mal é solidão
É Poeta...
Sabes quem te espera
Sabes quem não abandona
Por isso Poeta, te esmera
Por isso confecciona
A vida nova que vem
Da Verdade que vai mais além
Ah, Morre Poeta
Morre para ver a festa
Ah, poeta tu és tolo
Tolo por veres no outro
O brilho de um falso ouro
Tolo por seres tu mesmo
Poeta de almas perdidas
Poeta de vida vadia
De sentidos a esmo
Mas tolo feliz de telices
Pois sabes da vida
Nada é igual ou mesmices