quinta-feira, 3 de março de 2011

Poema 240 - Circulo


19/11/2009 - 22:58

Circulo e recirculo
Sou a água que cai só
Ou o vento entre nós
Sei que vivo aos pulos

Debando, reorganizo
Sem propósito, agonizo
Me acalmo no círculo
Não! Sou feito, impuro

Sou pego, preso e jogado
Rotaciono, como esperado
Era círculo, agora encravo

Outrora, círculo, orgânico
Agora espiral, nefândo
O mundo em mim cravo

Poema 239 - Picos Nevados


29/10/2009 - 01:00

Nascemos em mundos distantes
Meus vales áridos, ressumbrantes
Teus picos nevados, iluminados
Não deveriamos ter nos encontrado

Ainda assim estamos aqui, e agora
Unidos por uma força estranha
Quem diria, desse algo que entranha
Nossas origens, não deveria ter corda

Mas então, choro e me perco
Pois os ventos nos levam e trazem
Decidem por nós, como aprazem

Então, te quebras e murmuras
Contra as terras do desejo
O que nós resta, da vida dura

Poema 238 - Cíclica


14/10/2009 - 20:37

...porque a desconstrução
processo inerente do criar
é inversa a destruição
inerência entrópica de estar

...porque estar é transitório
ação passageira da vida
inverso do fixar satisfatório
fruto da recompensa devida

...porque devemos sempre
somos coisas a cumprir
inverso do descaso da mente

...gerador de todo ruir
em tempos, essência positiva
da desconstruição primitiva

Poema 237 - Sonho e Rota


13/10/2009 - 20:27

...e minha paixão me cegou
saí da jornada por instantes
frio ou calor, quase me tombou
eu estava louco e discrepante...

...mas antes de você se meter
a desviar-me da minha rota
eu já estava dela fora
abandonara o sonho, meu descrer...

...e duplamente des"rotado"
puxaste-me por teu bom grado
e apontastes a estrela distante...

...e a rota tão escura, clareou
o sonho a meta reincorporou
na jornada, seguir sempre adiante

Poema 236 - Risco


13/10/09 - 19:13

Foi como o previsto
O plano ocorreu
Mas a vida incorreu
O plano ficou malquisto

Mas é preciso ter foco
Ser fanático pelo objeto
Sem tornar-se abjeto
Cai a ficha, me toco

Sem amores ou sabores
Sem distrações ou cores
Seguir o plano é a meta

Dirão que perco muito
Grande risco, ganho fortuito
Na dificuldade, sou asceta

Poema 235 - Pedido


13/10/2009 - 12:12

Fiz um pedido, recebi
Ei-lô realizado
Por que meu desagrado?
Porque não te senti...

Quem pede se arrisca
Mas tudo conspira
Quando se inspira
Para pedir à risca

Mas pedidos, sim e não
Cara ou coroa, sem razão
Porque te quero resposta

Mas resposta como quero
Não bater na fechada porta
E ficar com a cara em ferro

Poema 234 - Desperdiço


13/10/2009 - 12:07

Soube não ser você
Aquela que procuro
Mas no escuro
O coração te vê

Quem diria de novo
Em hormônios me envolvo
Serotonina recompensa
Mas agora é doença

Porque continuar nisso?
Quando se sabe o desfecho
Seguir com o ato em erro

Minha vida desperdíço
Devo outro vez morrer?
Cansei-me de me conhecer...

Poema 233 - Quereres


13/10/09 - 12:03

Dos meus sentimentos
Queria não sentir
Ficar vazio outra vez
Ir adiante sem querer

Dos meus momentos
Queria me despedir
nem lágrimas ou mudez
Mutadas em risos

Queria, queria
Coisas queridas
Te esquecer

Voltar a viver
Ser só na estrada
Eu, sem minha amada

Poema 232 - Amor


01:47 - 27/09/09

Fomos feitos para amar
Porque viemos do Amor
Mesmo que seja invenção
Ou reação biológica

Quem acredita nisso
Quando se ama e pulsa?
Porque amor de verdade
Não se explica, se sente

Racionalize quem quiser
Encontre a chave da ciência
Mas prefiro sentir na pele

A entender com eficiência
Porque fomos feitos por Amor
É o que nos move afinal

Poema 231 - Laços


19/09/2009 - 16:22

A solidão nos atraiu
Não que estivessemos sós
Mas eramos em solidão, nó
A solidão nos desuniu

Nossa tristeza de ser só
Era nossa força, nossa foz
O mesmo brilho, nos juntou
O mesmo escuro, nos apartou

Mas solidão não é igual
A minha sempre foi maior
Como era a tua, sem rival

Na competição pelo pó
Ninguém ganhou o prêmio
Estamos como sempre, no meio