quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Poema 40 - Moída a Minha Carne


Desisto! Jogo a toalho! Me vendo!
O custo é de banana. Nem é caro!
Também compro ideologias, claro
Nessa velha espiral estou sofrendo
 
Cansei de tanto pensar, ser consciente
Lutei uma boa luta, fui valente
Ignorância, vou-me sorridente
Pois já tanto apanhei, estou doente
 
Serei cão, quero carinhos na orelha
Soldo vitalício, tenhais certeza
Desde que deixe de pensar no que vejo
 
Cura esta miopia nihilista
Tornai-me mais um manso e conformista
E serei teu leal e de eternos beijos

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Poema 39 - Par Binário Estelar


Na solidão encontrei a essência
Era um, completo na minha verdade
Veio o vácuo da realidade
Jaz triste mutante em decadência

Sabendo quem era, sabia-a me só
Complementei-me com aquele algum
Este novo dois, maior do que o um
Feliz neste dois, criei enorme nó

Criei em mim, o mutante duplo
Para par vampírico, um pulo
Perdeu-se a dupla essência

Hoje buscarei o nirvana
Solitário que se ama
Cheio por sua querência

Poema 38 - Surpreenda-me

Surpreenda-me, mostra tua loucura
Convida-me à dançar à luz do luar
Vendo homens de barro não mais respirar
Ataque meu muro, crie rachaduras
 
Conduza-me às tuas veias marginais
Ferindo minha razão com tua paixão
Com o fim das bases, prostrai-me no chão
Expondo meu mundo à teus sonhos virais
 
Surpreenda, chamando-me para dançar
Na lua, no sol, sem importar o lugar
Nem olhos em escândalo por idade
 
Conduza-me por novos caminhos tortos
Sem estar com aqueles ideais mortos
Surpreenda-me sendo tu de verdade
 

Poema 37 - Humanos

Humanos como são divertidos
Andam cegos em decadência
Com macilenta inocência
De quem está livre dos perigos
 
Humanos como são pervertidos
Pelo seu excitar erógeno
De vícios alucinógenos
Com seus opacos olhos lascivos
 
Humanos, são tão inconscientes
Reagem a um mundo sem mundo
Copiar e colar tão profundo
 
Humanos, um tanto deprimentes
Presos nessas tuas cascas mortais
Nas sombras acender a luz, buscais