A alma corroída por tal vazio
Restando dor e frio
Matando-me em partes
Será esse o destino
Uma vida morta, sem arte?
Entre os dedos, um lampejo de alegria fugidia
Quando mais se agarra, menor tua simetria
É tal prisão viva
De negras grades sombrias
Negam-me o grito de esperança, rebeldia
E só há na boca, rota saliva
Se apenas carne sou
Minha alma em pedaços dispersos
Procura a pura luz ou
A salvação em sentimentos honestos
Mas minha janela única é encerrada
E com doídas mãos arranhadas
Arranco em chamas algumas partes
Fazendo dessa parede agora grades
Por onde bebo de minhas lembranças
Banhando-me em luz, parca esperança
E essa dor que é gigante
Torno-me mero pranto quebrantado
Tentando a ti reluzir
Seja tu barro ou diamante
Em memórias, contínuo ir e vir
Frutos daquele breve instante
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