quinta-feira, 5 de julho de 2007

Poema 74 - Mortalha

 
Quando o ar explode em chamas
Deixando apenas cinza e fuligem
Com cheiro de vida queimada na paisagem
(Você sente perto a passagem)
Ouve troar a morte que a vida clama
 
Com o toque de dedos nervosos
Rasgando a fina película que separa
Os vivos dos mortos de forma clara
Vemos o fim com olhos receosos
 
Ei-lo! Mundo-Reflexo descarnado
Com rotos espíritos atormentados
Ao ver-nos, sucumbem a vileza
 
Alargam e atravessam a fenda
Roubam almas para na sua tentar emenda
Levam-nos para o seu mundo, final certeza

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