quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Poema 153 - Te Perder

Tive o pior dos pesadelos
Foi o primordial, o modelo
Te vi indo embora entre os dedos
Tu morreres, que grande o medo

Fiquei vazio de um vazio maior
Morri junto contigo e morri só
Era a solidão dentro de multidões
Te perder para a vida e seus vilões

A bagunça que fizestes foi enorme
O balde longe foi chutado
Não sei mais viver em ordem
A tua bagunça é um vital achado

Mas a dor de não te ver mais sorrir
Muito maior do que a bagunça
Que me acostumei ser justa

A dor, insuportável e eu vazio
Por sentir ter te perdido
Tudo que há no mundo
Cinza, triste, surdo e mudo

Que dor, que grande vazio
Hoje, eu senti ter te perdido
Meu mundo, tudo, havia morrido
Por instantes, o mundo ficou cinza

Estamos juntos a um tempo curto
Mas só por sentir assim no coração
O músculo parou, a alma em solidão
O corpo flutuando em surtos

Foi um estar só, maior que a solidão
Por um instante, a memórida da prisão
Prisão de tempo, em solitária

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