domingo, 6 de dezembro de 2009

Poema 205 - Fugas

A Série Fósseis foi escrita antes de eu começar a escrever poemas. São poemas iniciais, feitos no ano 2000. Perdidos em anotações velhas e cadernos gastos. Talvez mais para a frente, eu os releia.


Não peça desculpas, isso não corrije o passado
Por isso não faça nada que possa dar errado
Seja estático, jamais mude
Passividade deveria ser virtude
Não reaja, não sinta
Deixe quieto, que para você algo pinta
Desista dos sonhos, não corra atrás
Pois se perseguí-los, não serás capaz
De realizá-los e dar ao espírito, paz
Fuja, fuja sempre
Não acredite em ninguém, todos mentem
Não se abra e não confie
Não desabafe, filosofie
Não crie, você não pode
Não deseje, não persiga
E lembre sempre, desista, desista
Cante um hino, crie uma ode
Mas só fale de fugas ou de mortes
Seja vão, seja vago
Não seja sério em um diálogo
Se feche, se defenda
Crie em torno de sim uma grande tenda
E tenha medo, muito medo
Se encolha e nunca esqueça
Jamais levante um dedo
Nunca ajude, nem se envolva
Pois só se bate a cabeça
Se feche, se feche bem
Desista que alguém te ouça
Não peça ajuda a ninguém
E se tranque, se tranque bem

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